Aldeia Rio Bonito – Yakã Porã

Aldeia Rio Bonito – Yakã Porã

Reconhecida oficialmente pela Funai em 2012, a Aldeia Rio Bonito, ou Yakã Porã, localizada no Sertão do Itamambuca, com acesso pela estrada da Casanga, é considerada uma extensão da Aldeia Boa Vista, uma reocupação dentro do território indígena da também Aldeia Guarani Tekoa Jaexaa Porã (Boa Vista). Atualmente ela abriga 47 pessoas em 12 famílias (janeiro/2022), todos Guarani Mbya, vindos de Paraty-Mirim (RJ).

Aldeia Rio Bonito – Imagem extraída de https://saberesartesanais.com.br/mapamata-aldeia-do-rio-bonito/

A separação de parte da comunidade Boa Vista para criar uma nova aldeia se deu por conta do grande número de caçadores e madeireiros que invadiam a região. O objetivo foi posicionar a aldeia em lugar estratégico para diminuir as invasões e preservar a diversidade. Embora não haja infraestrutura suficiente para receber turistas na Aldeia Rio Bonito, a liderança local planeja projetos de turismo no futuro como fonte de renda adicional. Porém, devido à sua relativa juventude, a aldeia não possui escolas, centros ou postos de saúde, e os indígenas precisam se deslocar à Aldeia Boa Vista para acessar esses serviços. São várias situações precárias na aldeia, o acesso é feito pelo rio Itamambuca.

Travessia do rio Itamambuca para a Aldeia Rio Bonito – Antes da construção da ponte – Imagem extraída do site da Prefeitura de Ubatuba

O artesanato
A subsistência desta aldeia vem da técnica das plantações de banana, mandioca, batata doce, milho, da criação de galinhas e principalmente da venda de artesanato que é a vida deste povo, trabalho que fazem com alegria. É uma forma de resistência e manutenção de sua tradição. As cores e desenhos deste artesanato são inspirados na convivência com a natureza. As cores dos produtos seguem as cores naturais, por exemplo de uma orquídea, uma borboleta, uma cobra ou mesmo das tonalidades do mar.

Artesanato da Aldeia Rio Bonito

Esta é uma forma de interagir com o espírito da natureza, que é o seu lar, dizem. No princípio, estas peças eram usadas somente para uso próprio, individual, até a chegada dos juruás (homens brancos), quando iniciaram as permutas e então a comercialização. Hoje, usam miçangas, que é um material moderno, industrializado, é mais prático, pois as sementes naturais se degradam facilmente.

Depoimento
Para Cleo Parapoty da aldeia Rio Bonito Yakã Porã, a paz de Iperoig também não foi paz de verdade. Significa uma traição. Foi acordada paz entre todos, mas isso foi bom para os não indígenas. Paz de Iperoig é só um nome. Na verdade, para nós que somos indígenas não houve paz. A gente sempre é desrespeitado nos nossos direitos.”  Na entrevista, ela comentou sobre a Aldeia Rio Bonito, que é uma expansão da Boa Vista. “A nova aldeia é uma delimitação da Aldeia Boa Vista. Quando saiu a demarcação da terra da Aldeia Boa Vista, a terra da Aldeia Yakã Porã já era delimitada, foi publicado no Diário Oficial em 2013, só que a gente não tinha ainda feito essa ocupação dentro da aldeia, e acabamos fazendo essa decisão em 2017 fazendo reocupação da nova aldeia.”

Artesanato da Aldeia Rio Bonito

Cleo explicou o motivo de expandir o espaço dos guaranis. “A Aldeia Boa Vista é uma aldeia antiga. Ao passar dos anos, a família vai aumentando, as crianças nascendo, nossos parentes chegando, e acaba que tem espaço pequeno pra gente, onde a gente quer plantas, criar animais, e isso faz com que a gente faça uma nova retomada de reocupação.” Segundo ela, a aldeia possui uma comissão de lideranças. Uma das lideranças indígenas da nova aldeia, Cleo também comentou sobre a relação de seu povo com a terra.“O espaço que a gente tem é sagrado. Lá tem o nosso sangue. O sangue dos nossos antepassados, o sangue dos nossos mais velhos, está entre as misturas das terras, então a terra pra gente é sagrada.”

Contato
Liderança da Aldeia Yakã Porã (Rio Bonito): Ivanilde Kerexu Pereira da Silva
Instagram: https://www.instagram.com/yyakapora/
Facebook: https://www.facebook.com/p/Aldeia-Rio-Bonito-Ubatuba-100068649290844/
Cultura guarany, visitas, agendas, artesanato, entregas: 12 9 9704-1414

Fonte de Informações
https://costanorte.com.br/geral/comunidades-indigenas-do-litoral-norte-de-sp-estao-abertas-ao-turismo.html