História da aviação de Ubatuba

História da aviação de Ubatuba

A aviação em Ubatuba tem capítulos que muita gente nem imagina. A cidade, além de suas inúmeras belezas naturais, tem papel importante na história do Brasil e entre estas curiosidades, temos o aeroporto local que recebe o nome de um ícone da aviação brasileira: Gastão Madeira. Localizado bem próximo do centro da cidade de Ubatuba, com uma pista perpendicular a Praia do Cruzeiro (Praia de Iperoig), ele tem uma pista asfaltada com extensão de 940 metros por 30 metros de largura e está sob a concessão da Voa São Paulo por 30 anos, desde 2017. Está apto a receber voos regulares como já aconteceu no passado.

Aeroporto de Ubatuba - Imagem de @rafutavares
Aeroporto de Ubatuba – Imagem de @rafutavares

Na década de trinta, o primeiro espaço que servia como campo de aviação em Ubatuba é o mesmo local e a mesma posição do atual aeroporto municipal “Gastão Madeira”. Com uma extensão de apenas 400 metros e uma pista de grama, servia para o pouso dos famosos “Paulistinhas”. No final dos anos 1940, a posição do campo era no sentido de extensão entre a avenida Iperoig e o mar, iniciando na Barra da Lagoa, sentido para o Cruzeiro. Uma posição que oferecia perigo e grandes riscos aos pilotos que deviam desviar dos obstáculos naturais como amendoeiras e a estação meteorológica que ali existiam e acabavam encontrando as águas do mar.

Em 1949, o governo do Estado construiu um aeroporto de proporção maior, que atendia as emergências de aviões de grande porte e a posição voltou a ser a original e atual, chegando a uma extensão de 600 metros de comprimento, com uma largura de 15 metros. Muitos caminhões de terra, saibro e barro foram necessários para cobrir toda essa extensão, em um ritmo que, durou três meses para finalizar a obra. Todo o aterro foi muito bem compactado e gramado e o serviço teve a supervisão de um oficial da aeronáutica. Nos anos 1950, Ubatuba dispunha de um ótimo campo de pouso, uma pista que proporcionava, quando necessário à aterrissagem de grandes aviões que faziam a rota Rio de Janeiro – São Paulo. Isso porque a cidade de Ubatuba se encontra bem na linha da rota, caminho entre as duas capitais e ainda contava com um rádio telegráfico.

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Chegada ao aeroporto de Ubatuba – Foto de Daniel Oliveira –@cmte_dam

Nesta época, o tráfego aéreo trazia visitantes e turistas dispostos a uma aventura de travessia do planalto, sobre a crista da Serra do Mar, em um curto tempo de viagem, em linha reta de 160 quilômetros. Pequenos aviões, modelos “Stinson”, para 3 passageiros, cruzavam os céus, desde São Paulo até Ubatuba, em uma viagem de aproximadamente 50 minutos. Eram serviços aéreos regulares feitos pela empresa “Valpar”, uma companhia paulista de aviação que transportava passageiros para Ubatuba e cidades do Vale do Paraíba. Outra empresa aérea que também fazia o transporte de passageiros de São Paulo à Ubatuba, chamava-se “Star”, uma companhia de táxis aéreos, que costumava cobrar pelo tempo de voo.

No ano de 1967, a exploração do turismo no município, foi de crédito da VASP – Aviação Aérea de São Paulo, que servia a cidade, com uma linha aérea semanal, trazendo de longe aqueles visitantes à Ubatuba. Em 1968, na administração do prefeito Ciccillo Matarazzo, mais uma vez o aeroporto de Ubatuba, passou por reformas, atendendo às normas da aeronáutica em segurança, e foi determinada a ampliação de sua extensão e a construção de uma pista com pavimentação asfáltica.

Para quem tem a curiosidade de ver uma chegada ao aeroporto de Ubatuba, veja o vídeo a seguir feito pelo piloto Daniel Oliveira @cmte_dam. E que beleza, passar ao lado do Pico do Corcovado!!

Em 2004 mais uma modernização e ampliação do aeroporto Gastão Madeira ocorreu, e a pista com seus 940 metros de comprimento e 30 metros de largura, ganhou reforços na pavimentação e no pátio, com sinalização na horizontal e na vertical em toda sua extensão, além de um terminal de passageiros com 70 m² e estacionamento para 15 veículos. Com isso, propiciou-se condições ideais para receber um número maior de passageiros e tripulação em um adequado terminal para a sua recepção no embarque e desembarque dos mesmos. A denominação dada ao campo de aviação de “Gastão Madeira” foi uma homenagem prestada a Gastão Galhardo Madeira, Ubatubano, reconhecido, no ano de 1927, como um pioneiro da aviação mundial, levando o seu nome a figurar ao lado de Santos Dumont e de Bartolomeu de Gusmão.
Parte do texto acima, extraída do livro ” Ubatuba, Espaço, Memória e Cultura” editado em 2005, pelos escritores Jorge O. Fonseca e Juan Drouguett.

Em março de 2017, o consórcio Voa São Paulo ganhou a licitação para administrar o aeroporto de Ubatuba, por 30 anos. Com as melhorias e ampliação prevista, o aeroporto poderá receber aeronaves de médio porte, e tem-se o planejamento de se implantar linhas executivas para Brasília e Rio de Janeiro. Como referência seguem números da movimentação do aeroporto em 2015: recebeu 3.260 passageiros (além dos tripulantes) e 3.446 aeronaves.
Leia mais sobre o aeroporto de Ubatuba acessando este link: https://www.curiosidadesdeubatuba.com.br/aeroporto/

“Dogtuba”
A seguir, interessante relato de Wanderley Duck (piloto de linha aérea), sobre o aeroporto de Ubatuba: “Antigamente nós chamávamos o pequeno aeroporto de Ubatuba de “Dogtuba”, porque o que aparecia de cachorro na pista era uma barbaridade. Quando a gente alinhava na cabeceira para decolar e via que tinha cachorro na pista, geralmente uma meia dúzia de vira-latas, nós dávamos duas rajadas de motor, que era o sinal para o guarda campo sair correndo e ir espantar os bichos”.  

Gastão Galhardo Madeira – Pioneiro da aviação, filho de Ubatuba
O aeroporto local recebe o nome de um dos pioneiros da aviação do Brasil: Gastão Galhardo Madeira, nascido em Ubatuba em 20/06/1869. Uma justa homenagem a esta personalidade, que se mudou para São Paulo ainda criança, moro na França, se formou em direito, mas seu interesse sempre foi pela aviação. Gastão Madeira fez investigações sobre o princípio do voo dos pássaros e avançou para o voo do planador e de dirigível. Estudou a estabilidade aerodinâmica dos aeroplanos, construindo pequenos aparelhos. Inventou o aviplano, uma máquina voadora com um estabilizador para controlar a aeronave em caso de falha do motor ou perda de hélice.

Homenagem a Gastão Madeira
Homenagem a Gastão Madeira

Alguns de seus projetos / invenções:
1887 – Suas observações meticulosas sobre o voo dos pássaros, resultou em várias aplicações da navegação aérea;
1890 – Obteve a patente para um novo aeróstato (*) dirigível;
1911 – É recebido pelo presidente Marechal Hermes da Fonseca, no Palácio do Catete – RJ, para apresentar um aeromodelo original de planador;
1912 – Desenvolve um novo aeródino (**)
(*) Aeróstato é a designação dada às aeronaves mais leves que o ar. Dirigível é um aeróstato que pode ser controlado.
(**) Aeronave mais pesada que o ar, que se eleva e se mantém em voo pela reação aerodinâmica com o ar, denominada sustentação.
Leia mais sobre a história de Gastão Madeira, acesse: https://www.curiosidadesdeubatuba.com.br/gastao-madeira/

Primeira aterrissagem em Ubatuba: 14/09/22
Em 1922 estava no auge os “raids” aéreos, como eram chamadas as navegações cobrindo grandes distâncias, onde os pilotos buscavam desbravar rotas pioneiras. Em 29/08/22, um avião biplano monomotor, o De Havilland DH-9, partiu de Santiago (Chile) com destino ao Rio de Janeiro. Na época era um desafio cruzar a cordilheira dos Andes e a pequena aeronave, pilotada pelo capitão aviador do exército chileno Diego Aracena Aguilar, acompanhado do mecânico inglês Arturo Ricardo Seabrook, tinha uma “missão”, que era levar uma carta escrita pelo presidente chileno, Arturo Alessandri, endereçada ao presidente brasileiro, na época Epitácio Pessoa, parabenizando o Brasil pelos 100 anos de sua independência (1822 – 1922).

Primeiro pouso Ubatuba (fotomontagem) - Imagem extraída de http://ninja-brasil.blogspot.com/2022/03/
Primeiro pouso em Ubatuba (fotomontagem) – Imagem extraída de http://ninja-brasil.blogspot.com/2022/03/

O raid seguia seu percurso respeitando várias escalas, pela Argentina, Uruguai e Brasil nas cidades de Pelotas, Porto Alegre, Torres, Florianópolis e Santos. Após deixar esta última escala om destino ao Rio, a aeronave entrou em uma área de más condições meteorológicas e decidiu fazer um pouso técnico por segurança em Ubatuba, o local escolhido foi a Praia do Cruzeiro, e estava indo tudo bem, exceto pelo fato de haver uma rachadura oculta na areia, o que fez a aeronave sofrer um acidente, capotando e danificando suas duas asas.

Raid Santiago - Rio - Capitão Aracena - Imagem extraída de http://www.bibliotecanacionaldigital.gob.cl/bnd/629/w3-article-614135.html
Raid Santiago – Rio – Capitão Aracena – Imagem extraída de http://www.bibliotecanacionaldigital.gob.cl/bnd/629/w3-article-614135.html

Por sorte, os dois ocupantes não tiveram ferimentos graves. Até chegar a Ubatuba, já haviam voado 3.390 Km, em 38 horas e haviam efetuado 12 aterrissagens. Como não era possível o reparo da aeronave, os aero navegantes foram levados até o Rio de Janeiro a bordo do navio vapor Amazonas, onde as autoridades após ouvir sua história, o incentivaram a terminar o raid a partir do local que haviam parado, utilizando um hidroavião da Aviação Naval do Brasil.

Antoine de Saint-Exupéry em Ubatuba?
Teria o autor da obra “O Pequeno Príncipe” visitado nossa cidade? Esta história fascinante foi criada como um conto de fadas, que se tornou verdade por 52 anos (1933 – 1985). Era uma tarde luminosa do mês de junho de 1933 em Ubatuba. Época em que os parcos 800 habitantes da cidade viviam ainda o espanto de seu primeiro contato com um automóvel, ocorrido poucas semanas antes. Mas nessa tarde o espanto seria ainda maior: sem qualquer aviso ou preparação na Praia do Cruzeiro, centro da cidade, cujas árvores haviam sido cortadas exatamente para uma emergência desse tipo na Revolução de 32 (um ano antes), mas nunca sucedida, desceu um avião da Cia. Aéropostale (atual Air France).

Pouso do avião em 1933 em Ubatuba
Pouso do avião em 1933 em Ubatuba

Esta aeronave fazia a linha aérea regular entre França e Argentina. Nos 11 mil quilômetros do percurso passava pela costa atlântica brasileira e teria descido em Santos, na base aérea da Praia Grande, não fosse pelas péssimas condições meteorológicas. Ao passar próximo a Ubatuba, fez retorno, baixou a altitude. sobrevoou a cidade e após avistar a torre da igreja matriz, decidiu pelo pouso nas areias da praia central. Uma parada técnica e providencial até a melhora das condições climáticas. No avião estavam dois franceses, um telegrafista chamado Chauchat e era pilotado por um certo “Antoine”.

O tempo passou, e a obra “O Pequeno Príncipe” ficou famosa no mundo inteiro, escrita pelo francês, aviador, Antoine de Saint-Exupéry (1900 – 1944). Como os antigos sabiam que Saint Exupéry havia vivido por 2 anos em Buenos Aires e que tinha estado no Brasil algumas vezes, especialmente na região sul de nosso país, não tiveram dúvida, aquele Antoine foi imediatamente dado como Antoine de Saint-Exupéry, o famoso aviador e autor de “O Pequeno Príncipe”.

Pouso-do-aviao-Aéropostale em-1933-em-Ubatuba
Pouso-do-aviao-Aéropostale em-1933-em-Ubatuba

Por fim a lenda foi desfeita em 1985, por conta de vasta pesquisa (investigação), feita por Luiz Ernesto Kawall. Aquele aviador não se tratava de Saint-Exupéry, mas a notícia interessante foi que o mesmo era outro ícone da aviação francesa: Léon Antoine. Um dos grandes ases da aviação francesa em todos os tempos, com mais de 21 mil horas de voo, recordista mundial de voo livre com um tempo de oito horas e 20 minutos, detentor da Legião de Honra.
Leia a história na íntegra acessando este link: https://www.curiosidadesdeubatuba.com.br/antoine-de-saint-exupery/

O francês que construiu seu próprio avião
Ubatuba tem algumas curiosidades impressionantes, como o caso do francês Jean Pierre Patural que em 1954 enquanto morava em Taubaté, comprou um sítio no sertão do Ubatumirim. Lá levantou sua casa, cultivou sua terra, construiu um barco para distribuir suas colheitas, e claro, construiu seu próprio avião para fazer o trajeto Ubatumirim – Vale do Paraíba.

Jean Pierre Patural e seu avião

Enquanto vivia na França, Jean fez curso de agronomia, zootecnia e outras práticas de engenharia, e queria aplicar seus conhecimentos, porém em sua terra natal não havia oportunidade e as colônias francesas estavam ficando independentes. Então, em 1948, Jean Pierre e sua esposa Silvia decidiram a vinda para Brasil, se estabelecendo em São Paulo no Vale do Paraíba. Em 1953 pelas mãos de outro francês: Félix Guisard, conheceram Ubatuba e em 1954 compraram suas terras no sertão do Ubatumirim. Na época só se chegava na região norte de Ubatuba, de barco ou trilha de difícil acesso, passando por praias, morros e rios.

Desenvolveu o cultivo de banana e para transportar a produção, do sertão até a Praia de Ubatumirim, abriu uma estrada (cerca de 7Km), construiu um trator, um barco (em 1956) e um avião (em 1957). Jean é considerado pioneiro da aviação do litoral norte de São Paulo. O projeto do avião foi encomendado da França, e foi montado por ele em Taubaté. Fez curso de pilotagem e tirou o brevê. Partia do aeroporto de Pindamonhangaba em direção a Ubatuba, visto que Taubaté não tinha aeroporto. Leia esta história em detalhes clicando no link a seguir: https://www.curiosidadesdeubatuba.com.br/aviao-proprio/

Cronologia dos fatos da aviação em Ubatuba
1922 –  Primeiro pouso de uma aeronave em Ubatuba, durante um REID entre Santiago do Chile e Rio de Janeiro;
1927 – Gastão Madeira foi reconhecido como pioneiro da aviação mundial ao lado de outros brasileiros: Santos Dumont e Bartolomeu de Gusmão;
1932 – Poda das árvores na Praia do Cruzeiro para permitir pouso de aviões militares, em função da revolução que estava em andamento;
1933 – Pouso de Léon Antoine, origem da lenda sobre Saint-Exupéry em Ubatuba;
1937 – Gastão Madeira é homenageado pessoalmente em Ubatuba, durante as comemorações do III Centenário da cidade;
1949 – A pista de grama passa por reformas realizada pelo governo São Paulo e passa a ter 600 metros de extensão por 15 metros de largura;
1950 – Aviões “Stinson” de 3 lugares, fazem o trajeto São Paulo – Ubatuba em 50 minutos;
1950 – Um veranista pousava com frequência seu avião Cessna 170 nas areias da Praia da Enseada, pois tinha casa lá;
Década de 1950 – O aeroporto serviu para pouso e decolagem de aviões que faziam a rota SP – RJ, pois Ubatuba fica bem no meio entre estas duas cidades (as maiores do Brasil);
1951 – Acidente com avião DC-3 no sertão do Ubatumirim;
1957 – Jean Pierre Patural, morador do sertão do Ubatumirim constrói seu próprio avião e faz percurso entre Pindamonhangaba e Ubatuba;

Avião VASP no aeroporto
Avião da VASP no aeroporto Gastão Vidigal – Ubatuba

1957 – Acidente com avião DC3 na Ilha Anchieta;
1966 – O aeroporto (aeródromo) de Ubatuba após reforma, em 28/10, passou a se chamar Gastão Madeira;
1967 – Em função da tragédia de Caraguatatuba (grande enchente), Ubatuba foi base de muitos aviões da Defesa Civil e suporte as vítimas;
1967 – A VASP inicia operações com linha aérea semanal entre São Paulo – Ubatuba;
1968 – Nova reforma e o aeroporto recebe pista asfáltica;
1980 / 1982 – A companhia Rio Sul manteve operações regulares com 5 voos semanais;
2004 – Nova reforma do aeroporto e a pista passa a ter 940 metros de extensão por 30 metros de largura;
2017 – O consórcio Voa São Paulo assume o aeroporto de Ubatuba através de uma concessão por 30 anos;
2019 – Queda de um helicóptero de voo panorâmico no bairro do Itaguá. Sobreviveram os 3 passageiros, porém tivemos uma vítima fatal em terra;
2023 – Queda de um monomotor. Ao levantar voo a faixa (letreiro) de comunicação visual que carregava, enroscou na grade do aeroporto, fazendo-o girar e cair na avenida Guarani. Felizmente sem vítimas.

Anuncio de voo para o aeroporto de Ubatuba
Anuncio de voo da Rio-Sul para o aeroporto de Ubatuba – 1980

Acidentes aéreos em Ubatuba
A história da aviação e do aeroporto de Ubatuba são contadas em outros capítulos, porém tivemos infelizmente alguns acidentes aéreos relacionados a nossa cidade. Neste post trazemos um breve relato de algumas ocorrências relacionadas com a aviação de Ubatuba.

O acidente aéreo na Ilha Anchieta
Em 10/04/1957 tivemos o acidente aéreo com um avião DC3 que saiu do aeroporto Santos Dumont – RJ, com destino ao aeroporto de Congonhas – SP. A aeronave do Consórcio Real, com 29 pessoas a bordo apresentou pane em um dos motores após passar por Angra dos Reis e tentou fazer um pouso técnico de emergência em Ubatuba. 

Douglas DC-3 da VASP
Douglas DC-3, Foto de: http://aventureirosdoar44.blogspot.com/2015/03/vasp-com-seu-douglas-dc-3-em.html

Porém, voando à noite, perdendo altitude, com chuva, sem sinalização do aeroporto e tentando um pouso no visual, após contornar o morro da Ponta Grossa, acabou por se chocar em uma das montanhas da Ilha Anchieta. Quando viram o terreno, ainda tentaram subir, mas com apenas um motor funcionado, o DC-3 estolou e caiu próximo ao cume. Na queda sobreviveram 1 comissário, 1 passageiro, 1 passageira e sua filha.
Fonte de Informações: Livro “O Rastro da Bruxa”, Comandante Carlos Ari Cesar Germano da Silva.

1951 – O acidente aéreo no Ubatumirim
Em 17/09/1951, o Douglas DC-3 PP-YPX da REAL decolou do Aeroporto Santos Dumont às 18h05, com destino ao Aeroporto de Congonhas, onde deveria pousar às 19h40. Às 19 horas, o radiotelegrafista de bordo informou à estação rádio da REAL que o PP-YPX estava prestes a sobrevoar Ubatuba, a meio caminho entre Rio e São Paulo, voando a 2.400 metros de altitude (8.000 pés) e que tudo estava OK a bordo. Como o avião não mais se comunicou com o controle de tráfego aéreo nem com a estação rádio da REAL, nem pousou em São Paulo, as buscas para localizá-lo foram desencadeadas.

Na manhã seguinte, aviões da FAB e da REAL sobrevoaram a área provável da queda do PP-YPX, porém o persistente mau tempo reduzia a probabilidade de sucesso das buscas. Militares, funcionários da REAL, jornalistas e voluntários vasculhavam as redondezas de Ubatuba em busca de vestígios do avião, que somente foi localizado na tarde do dia 19 de setembro, nas matas de Ubatumirim, completamente destruído e sem sobreviventes. A bordo estavam 4 tripulantes e 6 passageiros. O local da queda era de difícil acesso. Para alcançá-lo foi necessário fazer uma longa caminhada pelo mato e uma viagem de barco de mais de duas horas.
Fonte de Informações: Livro “O Rastro da Bruxa” (página 94)

Leia mais sobre o assunto: https://www.curiosidadesdeubatuba.com.br/acidentes-aereos/

No vídeo a seguir, o idealizador do portal “Curiosidades de Ubatuba”, Edson Conti, concede uma entrevista para Ricardo Beccari do Canal de YouTube “Porta de Hangar”, relatando um pouco a história da aviação em Ubatuba:

Sobre o Mar de Iperoig – Um livro referência sobre a história da aviação de Ubatuba
Em 224 páginas ilustradas e 19 capítulos, o livro expõe o trabalho de Gastão Madeira para, a seguir, revelar a primeira aterrissagem de um avião realizada em Ubatuba, em 1922. Na sequência, registra a lenda, segundo a qual o escritor e piloto francês Saint Exupéry teria feito um pouso na cidade, em 1933.

Livro - Sobre o Mar de Iperoig
Livro – Sobre o Mar de Iperoig

O desfecho do mito é esclarecido com a reprodução do trabalho do jornalista Luiz Ernesto Kawall. Reportando os vários momentos da atividade aérea na cidade, o livro aborda os vários sítios de voo, até a implantação do atual aeroporto, o qual, a partir de julho de 2017, foi concedido para a iniciativa privada, por meio do Consórcio Voa São Paulo, organização administradora dos aeroportos de Ubatuba, Itanhaém, Jundiaí, Bragança Paulista e Campinas/Amarais, até então geridos pelo governo do Estado.

Entre outros destaques, “Sobre o Mar de Iperoig” aborda a construção de um avião, no final dos anos 1950, por um morador. Registra o lançamento ao espaço, em 2017, de um satélite por alunos da Escola Tancredo Neves. Relata as atividades do NINJA – Núcleo Infanto juvenil de Aviação e o período do Aeroclube de Voo Acrobático de Ubatuba e da Esquadrilha Akrobátika, operadora de aeronaves russas. O leitor compreenderá os contextos das operações da aviação comercial na cidade, em períodos distintos, pela Vasp e Rio-Sul, além de outros interessantes fatos marcadores na linha do tempo da história da aviação em Ubatuba.

Apoio Cultural: Consórcio Voa São Paulo – Administração Aeroportuária.
Fonte: Núcleo Infanto-juvenil de Aviação – NINJA 

Fontes de Informações:
Livro:
Sobre o Mar de Iperoig
https://www.amazon.com.br/Pequeno-Pr%C3%ADncipe-Antoine-Saint-Exup%C3%A9ry/dp/658604104X/ref=asc_df_658604104X/?tag=googleshopp00-20&linkCode=df0&hvadid=379728710386&hvpos=&hvnetw=g&hvrand=4651912749852154361&hvpone=&hvptwo=&hvqmt=&hvdev=c&hvdvcmdl=&hvlocint=&hvlocphy=9074235&hvtargid=pla-1064060190656&psc=1
https://ubatubense.blogspot.com/2011/09/ubatuba-1957aviao-dc-3-cai-na-ilha.html
http://www.pimentel.jor.br/santos/h0058k.htm
https://ubatubense.blogspot.com/2016/09/leon-antoine-ou-antoine-de-saint.html