Jacob – A arte de mil maneiras

Jacob – A arte de mil maneiras

Marino Jacob, mais conhecido pela sua obra como artesão é na verdade um fanático por música desde a infância.  “ Sou um misto de escultor, músico e poeta”, dizia, desde que chegou em Ubatuba na década de 1960, teve 4 filhos ( Luiz, José, Denise e Cláudio),e tornou-se um artista da terra ao registrar costumes locais, o indígena e o caiçara. Defensor ardoroso da natureza utilizou a madeira e suas formas, cores e desenhos para compor uma figura real ou abstrata.

Jacob – Um artista completo

Tinha um carinho especial pela figura de “A caiçara”, uma escultura que se olhada de lado é uma mulher e de outro um homem . O preto velho e o cachimbo, um robô de um metro de altura, o cachorro basset de maçaneta e o pernilongo fazem parte de uma segunda fase da produção marcada pelo aproveitamento de sucata. Algumas das peças ainda estão em Ubatuba, mas a maioria acha-se exposta em residências dos Estados Unidos, Portugal, Japão ou Itália. A falta de reconhecimento pelo seu artesanato levou Jacó a optar pela marcenaria pois não concordava em fazer qualquer coisa só para sobreviver.

Jacob – Personalidade de Ubatuba

Natural de Embu das Artes, aos 8 anos já expunha na Praça da República e ajudava o pai na mercearia com o aproveitamento das tábuas das caixas de madeira para consertar móveis. Daí surgiram os pedidos para andores e esplendores do Divino e para mobiliar casas inteiras. Sua paixão pela música o acompanhou desde cedo e foi passada para os filhos.  ” Fiz parte da banda de Embu e toquei sob a regência do maestro Antenor Carlos Vaz”, afirma com orgulho. Sua vida de cigano fez com que morasse em Gonçalves – MG e Campos de Jordão e a expor sua arte em Santos, Guaratinguetá e Taubaté, para finalmente, se fixar em Ubatuba.

Foi um dos defensores do autêntico artesanato caiçara participando da montagem da Feira de Arte e Artesanato, montada em 1971 na Praça Nóbrega mais tarde transferida para a Praia do Cruzeiro e da criação da Casa do Artista, na avenida Iperoig, que despertou muita polêmica com os comerciantes locais. João Teixeira Leite, pintor primitivista, menciona p episódio do Boi Natureza que desfilou no carnaval de 1983: “ Jacob pegou na praia um tronco de madeira parecido com um boi, adaptou um tonel que encheu de vinho, colocou as rodinhas e entrou na avenida para alegria dos foliões que tinham bebida de graça. E ainda teve a marchinha para animar a festa”.

O armazém de secos e molhados do Jacob que ficava na av. Padre Manoel da Nóbrega, no Perequê-Açu, além de servir a famosa caninha “Ubatubana” produzida pelos Irmãos Chieus, era a oficina onde o visitante podia também conhecer o mais legítimo e criativo artesanato caiçara.
Jacob nos deixou aos 83 anos em 09/12/2016

Fonte das informações: http://doclek.blogspot.com/2014/11/jacob-arte-de-mil-maneiras.html