Prainha da Fortaleza

Prainha da Fortaleza

A Prainha da Fortaleza, também chamada de “Piscina Natural da Fortaleza”, ou mesmo, “Recife Natural da Praia da Fortaleza”, está localizada no canto direito da Praia da Fortaleza, região sul de Ubatuba. O acesso é por uma estradinha asfaltada, estreita que inicia-se na Praia Dura, e no percurso passamos por várias praias antes de chegar na Praia da Fortaleza.

Prainha da Fortaleza
Prainha da Fortaleza e o Pico do Corcovado ao fundo

Para estacionar o veículo a alternativa são os locais pagos, que não são muitos e visitante deve tomar cuidado durante as férias escolares e feriados, pois o local fica lotado (portanto quando for visitar procure chegar cedo).

Prainha da Fortaleza com a maré baixa
Prainha da Fortaleza com a maré baixa

Estando na Praia da Fortaleza o acesso até a Prainha da Fortaleza com a maré baixa é pela areia caminhando entre a enorme quantidade de pedras. Quando a maré está alta, o acesso usual é subir uma enorme pedra na costeira e fazer uma breve trilha de cerca de 2 a 3 minutos (muito rápida).

Prainha da Fortaleza

Esta praia é catalogada nos guias e mapas oficiais como uma extensão da Praia da Fortaleza, mas tem características tão diferentes que muitas a consideram como “independente” e a chamam de Prainha da Fortaleza. Até porquê com a maré alta, acessando pela trilha a sensação é realmente de estarmos em uma nova e pequenina praia.

Trilha para a Prainha da Fortaleza

A faixa de areia da praia é estreita com algumas sombras disponíveis e o local se parece com uma “piscina” natural de água salgada,  com águas calmas (sem ondas), um lugar ideal para praticar snorkeling,

Prainha da Fortaleza e sua pequena faixa de areia
Prainha da Fortaleza e sua pequena faixa de areia

Uma das atrações é a grande quantidade de peixes (corcorócas parati, peixe anjo, peixe agulha e sargentinhos em sua maioria) que “viciaram” em receber comida fácil da mão dos turistas, o que não recomendamos (*) (veja informação no final deste post). O ideal é contemplar e observar os peixes no rasinho, ou então com máscara de mergulho.

Prainha da Fortaleza

Na Prainha da Fortaleza temos acesso a trilha que leva até o Pontão da Fortaleza, outra grande atração natural de nossa cidade (point dos praticantes de “bouldering“). No caminho até o Pontão seguimos à esquerda na bifurcação e tomando o acesso à direita, vamos para a Praia do Cedro do Sul, percorrendo então a Trilha das 7 Praias.

Pontão da Fortaleza - Prainha da Fortaleza
Para à esquerda Pontão da Fortaleza, para a direita Praia do Cedro do Sul

(*) O pão não está para peixes, mas o mar está!
Chegam as férias de verão e feriados e o destino preferido de quem não mora no litoral são as cidades praianas. Uma das atividades de quem vai curtir a praia com a molecada é a observação de peixes. Uma atração legal e ecológica, exceto quando se usa alimentos humanos para atrair os peixes para perto.

Peixe Sargentinho – Comum na Prainha da Fortaleza

Embora o pãozinho seja o item preferido, uma gama de outros alimentos são jogados no mar, como salgadinhos, bolachas, milho, frios e o que mais estiver em mãos. E a quantidade de alimentos oferecidos é imensa nessa época, chegando a passar os 200 pãezinhos por dia, fora os outros itens alimentares, só na pequena área da piscininha natural da pequenina Prainha da Fortaleza.

Estes alimentos não fazem bem para os peixes, cada animal está adaptado a algum tipo de dieta alimentar, uns são carnívoros, outros herbívoros, outros onívoros e alguns possuem dietas mais restritas. Porém alguns peixes, como o sargentinho e a corcoroca encontrados nesta prainha são oportunistas, ou seja, comem de tudo que aparecer pela frente.

Mas mesmo esses peixes oportunistas tem seu corpo, seu sistema digestório, adaptados para uma dieta de itens alimentares marinhos.  Ou seja, esses alimentos acabam enfraquecendo os peixes, deixando-os mais frágeis e suscetíveis a doenças.

Quando colocamos muita massa, gordura e produtos industrializados em um ambiente restrito causamos um desequilíbrio nesse local, nessa cadeia alimentar. Fora alguns itens que são jogados e que peixe nenhum come, ficam como lixo no fundo do mar, apodrecendo em águas com pouca circulação. E o mesmo ocorre com o excesso de alimentos jogados. E finalmente, quando termina a alta temporada e não são mais ofertados os quilos de porcarias aos peixes, como é que o cardume imenso de sargentinhos vai se virar?

Saco plástico de pão deixado na Prainha da Fortaleza

A observação de peixes é uma atividade prazerosa e boa para a preservação se feita de maneira correta. Nós podemos continuar observando os peixes e a fauna marinha, em geral, sem precisar usar pães ou outros alimentos impróprios para atraí-los.  Ou seja, basta pararmos um pouco nosso ritmo frenético e observar a natureza, deixar com que os animais se acostumem com a nossa presença e eles naturalmente se aproximarão. Quando for para a praia, lembre disso, pare, relaxe e observe a beleza que o cerca!!!

Leia o artigo completo publicado pelo oceanógrafo Guilherme Fluckiger em: http://informarubatuba.com.br/o-pao-nao-esta-para-peixes-mas-o-mar-esta/